quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ENEM_02


1. (Enem 2010) 



 

Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a

a) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos.   

b) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado.   

c) retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as imagens por eles idealizadas.   

d) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta.   

e) usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.   

  

2. (Enem 2010)  A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil.

Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro digital no Brasil

a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por

meio da distribuição virtual.   

b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém, esbarra na insuficiência do acesso à Internet por meio

da telefonia celular, ainda deficiente no país   

c) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais

gratuitamente distribuídos pela internet.   

d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração as características de cada região no

que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.   

e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características do produto permitem que

a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas.   

  

3. (Enem 2010)  O dia em que o peixe saiu de graça

 

            Uma operação do IBAMA para combater a pesca ilegal na divisa entre os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins incinerou 110 quilômetros de redes usadas por pescadores durante o período em que os peixes se reproduzem.

            Embora tenha um impacto temporário na atividade econômica da região, a medida visa preserva-la ao longo prazo, evitando o risco de extinção dos animais. Cerca de 15 toneladas de peixes foram apreendidas e doadas para instituições de caridade,

 

Época. 23 mar. 2009 (adaptado).

 

A notícia, do ponto de vista de seus elementos constitutivos,

a) apresenta argumentos contrários à pesca ilegal.   

b) tem um título que resume o conteúdo do texto.   

c) informa sobre uma ação, a finalidade que a motivou e o resultado dessa ação.   

d) dirige-se aos órgãos governamentais dos estados envolvidos na referida operação do IBAMA.   

e) introduz um fato com a finalidade de incentivar movimentos sociais em defesa do meio ambiente.   

  

4. (Enem 2010)  O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho e significados, Dançar a cultura de outras regiões e conhecê-la, é de alguma forma se apropriar dela, e enriquecer a própria cultura.

 

BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007.

 

As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, e obra de um povo que a cria, recria e a perpetua.

Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira

a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história envolvendo crítica social, morte e

ressurreição.   

b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens pagãs envolvendo as colheitas e a

fogueira.   

c) o Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através de música, cantos e

dança.   

d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma história em forma de espetáculo.   

e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar ou recriar uma história nos

desfiles.   

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Interpretação de texto - ENEM 01

Todas as altenativas devem ser justificadas

1. (Enem 2012)  Verbo ser

 

QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo ou jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

 

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

 

A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem

a) no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular.   

b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros.   

c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares.   

d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados.   

e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares.   

  

2. (Enem 2012)  TEXTO I

 

Antigamente

 

Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pudesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.

 

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de janeiro: nova Aguilar, 1983 (fragmento).

 

TEXTO II

 

Palavras do arco da velha
 
 
Expressão
Significado
 
Cair nos braços de Morfeu
Dormir
 
Debicar
Zombar, ridicularizar
 
Tunda
Surra
 
Mangar
Escarnecer, caçoar
 
Tugir
Murmurar
 
Liró
Bem-vestido
 
Copo d’água
Lanche oferecido pelos amigos
 
Convescote
Piquenique
 
Bilontra
Velhaco
 
Treteiro de topete
Tratante atrevido
 
Abrir o arco
Fugir
 
 
FLORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).

 

Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que

a) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.   

b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu.   

c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.   

d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente.   

e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.   

  

3. (Enem 2012)  Aquele bêbado

 

— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.

 

O mais, ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana embebedava-se de Índia Reclinada, de Celso Antônio.

 

— Curou-se 100% de vício — comentavam os amigos.

 

Só ele sabia que andava bêbado que nem um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos.

 

ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.

 

A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa, ocorre uma

a) metaforização do sentido literal do verbo “beber”.   

b) aproximação exagerada da estética abstracionista.   

c) apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.   

d) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.   

e) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.   

  

4. (Enem 2012)  E como manejava bem os cordéis de seus títeres, ou ele mesmo, títere voluntário e consciente, como entregava o braço, as pernas, a cabeça, o tronco, como se desfazia de suas articulações e de seus reflexos quando achava nisso conveniência. Também ele soubera apoderar-se dessa arte, mais artifício, toda feita de sutilezas e grosserias, de expectativa e oportunidade, de insônia e submissão, de silêncios e rompantes, de anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata para o momento preciso, a frase picante ou obscena no ambiente adequado, o tom humilde diante do superior útil, o grosseiro diante do inferior, o arrogante quando o poderoso em nada o podia prejudicar. Sabia desfazer situações equivocadas, e armar intrigas das quais se saía sempre bem, e sabia, por experiência própria, que a fortuna se ganha com uma frase, num dado momento, que este momento único, irrecuperável, irreversível, exige um estado de alerta para sua apropriação.

 

RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de janeiro: GRD, 1963 (fragmentado).

 

No conto, o autor retrata criticamente a habilidade do personagem no manejo de discursos diferentes segundos a posição do interlocutor na sociedade. A crítica à conduta do personagem está centrada

a) Na imagem do títere ou fantoche em que o personagem acaba por se transformar, acreditando dominar os jogos de poder na linguagem.   

b) Na alusão à falta de articulações e reflexos do personagem, dando a entender que ele não possui o manejo dos jogos discursivos em todas as situações.   

c) No comentário, feito em tom de censura pelo autor, sobre as frases obscenas que o personagem emite em determinados ambientes sociais.   

d) Nas expressões que mostram tons opostos nos discursos empregados aleatoriamente pelo personagem em conversas com interlocutores variados.   

e) No falso elogio à originalidade atribuída a esse personagem, responsável por seu sucesso no aprendizado das regras de linguagem da sociedade.